Alex Vallauri (Asmara Etiópia 1949 - São Paulo SP 1987).
Grafiteiro, artista gráfico, gravador,pintor, desenhista e cenógrafo. Chega ao
Brasil em 1965 e se estabelece em Santos, São Paulo, transferindo-se depois
para a capital paulista. Ainda em Santos, inicia-se em xilogravura e é premiado
no Salão de Arte Jovem, em 1968.
Em 1970, expõe individualmente na Associação Amigos do Museu
de Arte Moderna de São Paulo (MAM∕SP). No ano seguinte, forma-se em comunicação
visual pela Fundação Armando Alvares Penteado (Faap) e, dois anos depois,
torna-se professor de desenho de observação e livre expressão da mesma escola.
Especializa-se em litografia no Litho Art Center de Estocolomo, Suécia, em
1975.
A partir de 1978, de volta ao Brasil, realiza grafites e
trabalha com stencils1 em São Paulo. Realiza individual na Pinacoteca do Estado
de São Paulo em 1981. Vive em Nova York,onde cursa artes gráficas no Pratt
Institute, entre 1982 e 1983. Participa da Bienal Internacional de São Paulo em
1971, 1977, 1981 e 1985, quando mostra a série A Rainhado Frango Assado, tema
de instalação neste último evento. Em 1988, sua obra é tema da retrospectiva
Viva Vallauri, realizada no Museu da Imagem e do Som (MIS), em São Paulo.
Comentário Crítico
Alex Vallauri chega ao Brasil em 1965 e estabelece-se em
Santos. Nessa época, produz registros gráficos de alto contraste, cujos temas
são personagens do porto, como estivadores e prostitutas.
Na década de 1970, já em São Paulo, Vallauri desenvolve uma
linguagem gráfica e vocativa da pop art, elaborando xilogravuras de grandes
dimensões que ganham o espaço público,como Boca com Alfinete (1973), de
evidente teor político. Objetos e o corpo humano - ou fragmentos dele - são
temas privilegiados dessas intervenções.
Em fins dessa década, e dando continuidade à mesma
exploração de uma iconografia que remete à cultura de massa dos anos 1950, adota
o graffiti como linguagem, concebendopersonagens que remetem àqueles das
histórias em quadrinhos e, em especial, às pin-ups. O stencil é largamente
empregado. Também se apropria de figuras conhecidas das histórias em
quadrinhos, como o personagem Mandrake, de Lee Falk. As imagens são transferidas
para o papel e ganham o espaço da arte postal e dos livros de artista.
Em 1985, apresenta na Bienal Internacional de São Paulo a
instalação A Festa da Rainha do Frango Assado, uma reunião dos graffiti com os
quais vinha trabalhando aliada a objetos, simulando os ambientes de uma casa
repleta de ícones da sociedade de consumo. A ironia da obra se mostra nessa
concepção de um espaço de frivolidades com base em uma cenografia absolutamente
precária, apontando para o caráter descartável da modernidade.
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